O exame da OAB é feito para reprovar ou o problema está nas faculdades de direito?
Terminar a faculdade de Direito não transforma o estudante em um advogado. O bacharel só se torna apto ao exercício da advocacia de fato quando se inscreve nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para que isso aconteça, o graduado deve ser aprovado no Exame organizado pela entidade. Mas, o que tem se ouvido falar é que o Exame da Ordem da OAB é feito para reprovar.
O motivo? Um alto índice de reprovação no certame. De cada 10 candidatos que realizam o Exame da Ordem, menos de dois passam. E aparentemente a tendência é que a prova reprove cada vez mais.
Diante desses dados, fica um importante questionamento: Será que o exame da OAB é feito para reprovar ou o problema está nas faculdades de Direito, que não têm preparado corretamente os estudantes para esse momento tão importante?
Quer saber mais sobre este assunto e conseguir também responder esse questionamento conosco? Basta continuar a leitura até o final! Vamos lá?
1) Qual o índice de reprovação na OAB?
Como mencionado, a cada 10 candidatos que fazem o Exame da Ordem, menos de dois passam. O XXIII Exame, por exemplo, reprovou 82,93% dos candidatos. Este, sem dúvida, é um número alarmante.
Dessa forma, um dos maiores desesperos para os estudantes de Direito têm sido a realização da prova, muito mais do que os desafios da graduação em si. Mas não é para menos, uma avaliação cuja média de aprovação não chega a 20% é de assustar qualquer um.
De acordo com dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que é a banca responsável pela aplicação da prova, o direito de advogar no Brasil é realmente bastante restritivo. Para se ter uma ideia, a taxa de aprovação da OAB conquistou uma média de 17,5% em pouco mais de quatro anos.
A título de exemplo podemos mencionar novamente a edição XXIII, que ocorreu em 2016, a qual contou com 110 mil inscritos e apenas 27 mil foram aprovados.
Desta forma, com o índice de reprovação atual, que gira em torno de 80% e uma média de quatro tentativas por candidato até conseguir passar, a prova cada vez mais tem se tornado sinônimo de exigência e, infelizmente, medo.
Mas será que esses dados podem ser considerados “normais”? Será que basta apenas um pouco mais de dedicação para o examinando conseguir passar na prova ou realmente o Exame da OAB é feito para reprovar? Continue acompanhando para entender.
2) Por que a faculdade de Direito não garante a aprovação na OAB?
Reprovar no Exame certamente é algo desagradável e desanimador para o candidato, sem contar o desgaste de toda a preparação que acaba sendo em vão.
A partir daí surge o desejo de superar o desafio, vencer esta etapa e a reprovação vem novamente. O fato é que esse ciclo gera um forte sentimento de descrença e desgaste emocional. Alguns bacharelados simplesmente desistem de prestar o Exame.
Mas, o fato é que nem sempre essa culpa é exclusiva do examinando. Isso porque a bagagem de conhecimento e informação adquirida durante o curso de Direito muitas vezes – e infelizmente – não é o suficiente para passar na prova. Isso acontece justamente porque há uma grande desproporção entre a avaliação das instituições e o próprio exame da OAB.
Existem inúmeras faculdades de Direito espalhadas pelo país, entretanto muitas delas nem sequer possuem o selo de recomendação da OAB.
Então, a realidade é que poucas são as universidades que realmente conseguem preparar corretamente os universitários para esse momento.
Além disso, considerando que não são todas as pessoas que tem a possibilidade de estudar em instituições conceituadas e renomadas, o cenário se torna ainda pior, e esse desnível acaba sendo prejudicial ao próprio examinando no momento de realizar o Exame.
O fato é que muitas universidades focam em ensinar a teoria e os conceitos do Direito, deixando a cargo do examinando todo planejamento e as técnicas de estudo para compreensão de tudo que é necessário para enfrentar e superar o Exame de Ordem. E sem saber exatamente como fazer isso, muitos acabam se atrapalhando.
Portanto, a explicação para tais números têm sido uma só: o modelo de aprendizagem das faculdades e a preparação para a Prova da OAB, apresentam realidades muito distintas.
Diante do cenário tecnológico que nos encontramos, repleto de informações a nossa disposição, é necessário romper as práticas pedagógicas tradicionais que se tornaram obsoletas. Portanto, é necessário adotar novas metodologias que facilitem o aprendizado por meio de plataformas tecnológicas que usem uma técnica de ensino avançada e compatível ao nível exigido pelo Exame.
👉 Por que a Faculdade de Direito não Garante a Aprovação na OAB?
3) De quem é a culpa, então?
Bem, o que todos querem ouvir sempre é que a banca examinadora pegou pesado e forçou a reprovação. Claro, isso pode acontecer, mas há uma variável, ou seja, há edições e edições e realmente podemos considerar que algumas exigem mais dos candidatos. Estar preparado para essa variável é o segredo.
Considerando que os modelos de ensino e aprendizagem das universidades não contribuem e a OAB também não facilita para os examinandos – apesar dos números soarem até mesmo injustos – só há uma saída: assumir essa responsabilidade para si, buscando meios para contornar essa realidade.
Portanto, essa mudança não virá da banca. Tenha a certeza disso. Dela – infelizmente – espera-se sempre o pior. Por isso, a mudança depende mesmo do estudante.
Sendo assim, a solução, caso o examinando já tenha sido reprovado ou ainda vá prestar o Exame, é entender como o certame funciona, quais conteúdos são mais relevantes, planejar sua preparação até o dia da prova e valer-se de técnicas que realmente têm eficácia comprovada, como, por exemplo, a resolução de questões.
Por fim, embora pareça, não podemos afirmar que o exame da OAB é feito para reprovar. O que podemos dizer é que estudar para essa prova vai além do que é ensinado nas faculdades. Por isso, é indicado buscar cursos preparatórios especializados no Exame.
Assim, mesmo que a universidade não tenha preparado o aluno 100% para este momento, o curso poderá fazê-lo com mais eficiência e eficácia, deixando o examinando mais próximo da aprovação.
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Referências:
[1] OAB Nacional – Portal do Exame de Ordem. Acesso em: 20 dez. 2019.