A trajetória do mais jovem advogado do Brasil
O jovem e promissor jurista merece todas as láureas pelo seu feito.
No entanto, pelo que pude acompanhar nos periódicos internet afora, nem todos estão dispostos à parabenizá-lo.
Portanto, antes que alguns leiam sua história, julguem sua trajetória ou comparem-se com ela, gostaria de fazer algumas considerações.
Como ele conseguiu tornar-se o mais jovem advogado do Brasil?
Entre outros fatores que vocês poderão verificar mais adiante, um dos principais agentes influenciadores para o sucesso do mais jovem advogado do Brasil, foi o incentivo e contumácia de seus Pais.
Tanto quanto teve que buscar, por meio de liminar, o direito à matrícula no vestibular, quanto teve o desafio de ler 50 livros em um ano, nota-se que a família esteve presente, motivando e acompanhando Mateus.
Não tenho receio em assegurar que, certamente, Mateus ouviu muito mais “Você consegue, filho”, do que “Realmente, é muito puxado para você”.
E prova disso é parte de seu discurso na cerimônia de entrega do certificado da OAB:
“É uma honra para mim. A advocacia é a profissão de grandes personalidades, e saber que sou o mais jovem dessa profissão tão grandiosa significa muito para mim. O que contribuiu para que eu conseguisse chegar até aqui foi a bagagem que eu criei com os ensinamentos dos meus pais.” (grifamos)
Metas e a obstinação do mais jovem advogado do Brasil
Quando foi desafiado a ler 50 livros em um ano, leu 86; Quando enfrentou barreira para ingressar na faculdade, recorreu à justiça; Quando viu o tempo de duração do curso de Direito, decidiu que demoraria menos.
Para Mateus, obstáculos nunca foram barreiras e até mesmo as barreiras foram mitigadas, tornando-se meros obstáculos.
Esta é uma característica que deve estar presente em quem se propõe alcançar um objetivo.
Não importa o quão inteligente ou, por qualquer razão, privilegiado você seja, sempre haverão dificuldades a serem superadas. E elas não devem ser comparadas, pois somente aquele que calça, sabe onde aperta seu sapato.
“Ah, mas ele é superdotado.”, “Ah, mas ele era de família abastada.”, “Ah, mas só conseguiu porque teve ajuda da justiça.” e por aí vai…
Nada disso tira sequer uma gota do mérito do mais jovem advogado do Brasil, que escolheu/decidiu pelo caminho do conhecimento e da auto-superação para sua vida, alcançando os objetivos a que se propôs.
Não julgue, nem se compare, inspire-se!
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Conheça a Trajetória do Mais Jovem Advogado do Brasil
A trajetória acadêmica começou em 2014, quando o estudante foi aprovado no vestibular da UnB com apenas 14 anos. Pela lei, ele não poderia se matricular na universidade, porque ainda cursava a 8ª série (atual 9º ano) do ensino fundamental.
Uma decisão liminar permitiu que ele entrasse na faculdade, desde que passasse em uma prova com o conteúdo do ensino médio. À TV Globo, ele contou que teve de percorrer uma “maratona”: em 24 horas, devorou três anos de matérias escolares e concluiu a etapa.
“Foram, assim, cinquenta provas de todas as matérias possíveis e imagináveis. As 24 horas mais intensas da minha vida, eu literalmente nem dormi direito.”
Já devidamente matriculado, a rotina não ficou mais leve: “Tinha dia que era disciplina de manhã, de tarde e de noite”, diz.
Com 256 créditos previstos, estágio e monografia, o curso de direito é um dos mais concorridos – e também, um dos mais puxados – da universidade. O próprio sistema eletrônico da UnB indica que, normalmente, os alunos têm entre cinco e oito anos para concluir o bacharelado.
Mais uma vez, Mateus Ribeiro decidiu que o prazo era longo demais. Acumulando matérias, cursos de verão e atividades extraclasse, ele foi autorizado a concluir o curso em 4 anos. Com a entrega da carteira profissional nesta sexta, ele já está apto a atuar como advogado.
Em casa e na escola
O interesse pelo mundo das leis não surgiu do nada: Mateus é filho de um casal de advogados, e aderiu à influência que também já tinha capturado os dois irmãos mais velhos.
O recorde quebrado nesta sexta, inclusive, pertencia a um dos irmãos de Mateus Ribeiro. Hoje doutor em direito, João Costa Ribeiro Neto conquistou a carteira da OAB aos 20 anos.
Na conversa com a TV Globo nesta sexta, Mateus disse que os primeiros passos rumo à advocacia foram dados ainda antes do vestibular, aos 10 anos de idade. Na tentativa de escapar de um castigo, ele recorreu a uma estratégia que os pais já conheciam: um pedido de habeas corpus.
“Eu estava de castigo, preso, e aí tive a ideia. Na verdade, meu irmão sugeriu que eu impetrasse um habeas corpus que seria julgado pelo meu pai, para eu poder ir pra sala ver o jogo do Corinthians.”
Na quinta série, outro empurrãozinho foi dado no colégio. Um professor desafiou os alunos da turma a ler 50 livros naquele ano. A proposta chocou o pequeno Mateus mas, depois, se revelou mais fácil do que parecia.
“Minha mãe falou: vamos começar, um livro atrás do outro. Aí eu li o primeiro, o segundo, e no final do ano eu tinha lido 86 livros”, conta.
Presente à cerimônia de entrega das carteiras profissionais, o desembargador do Tribunal de Justiça do DF Diaulas Costa Ribeiro elogiou a trajetória do estudante – e, agora, colega de advogacia.
“O esforço pessoal, os talentos que ele tem são inegáveis. […] Mas nada disso teria ocorrido se não houvesse a sensibilidade do Poder Judiciário e do Ministério Público, ao conceder a ele uma autorização para terminar o ensino médio a tempo de se matricular”, declarou.
O pai de Mateus, João Costa Ribeiro Filho, diz que o coração ficou “apertadinho”, mas feliz, durante a cerimônia. “Ele se preparou para isso. Acredito que será um grande advogado e dará uma grande contribuição ao Brasil.”
Mais velha que Mateus e mais nova que João Neto, Clarissa Costa Ribeiro tem 20 anos e deve se formar em direito, também na UnB, no fim deste ano. A irmã do meio também já foi aprovada no Exame da Ordem e, com o diploma em mãos, deve se tornar a mulher mais jovem na advocacia do país.
“Foi por livre e espontânea pressão e um pouquinho de vontade”, diz ela, aos risos. “A gente gosta do direito. Mas, sem dúvida, a gente tinha grandes exemplos em casa.”
Fonte: G1