Humildade, a postura dos vencedores

Ser humilde, ao contrário do que possam pensar alguns, não é sinônimo de inferioridade. É possível dizer que a humildade é o antagonismo da arrogância e prepotência.
 

Humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é considerada pela maioria das pessoas como a virtude que dá o sentimento exato do nosso bom senso ao nos avaliarmos em relação às outras pessoas. (Wikipédia)

 
A decisão de estudar, aprender alguma coisa, está intimamente ligada à humildade. Aquele que se coloca em posição de aprendiz de pronto reconhece a ausência de um saber que, com algum auxílio, se pretende adquirir. Não assumir esta uma postura de humildade é contradizer a própria natureza do “ser aluno”.

O impacto positivo da humildade na preparação para o Exame de Ordem

O Exame de Ordem é um teste de aptidão a que se submetem os alunos nas últimas fases da graduação em Direito (9º e 10º semestres), bem como aqueles que já concluíram o curso e buscam exercer a advocacia. Ou seja, a aprovação, teoricamente, deveria ser um resultado esperado de qualquer candidato, uma vez que o seu conhecimento jurídico presume-se estar em um patamar que lhes capacite para tanto. Em acordo com essa premissa, estatísticas publicadas pela FGV comprovam que os graduandos das últimas fases e recém-formados lideram o número de aprovados no certame.
 

Mas e quando essa aprovação não acontece?

É possível manter essa presunção de conhecimento?

O recomendado é que não. Então, através da grande virtude denominada humildade, o examinando é capaz de reavaliar sua preparação e seu empenho enquanto acadêmico a fim de transcender suas limitações. É preciso que o candidato assuma o papel de agente de sua própria transformação pessoal para conseguir lograr êxito na próxima oportunidade, o que pode ser traduzido no famoso dito popular “aprender com seus próprios erros”.
 
O comportamento descrito acima é muito diferente, por exemplo, daqueles que assumem uma postura arrogante e/ou prepotente perante o resultado negativo. Uma das fugas mais comuns é atribuir o fracasso a fatores externos, como: injustiças na correção da prova (que de fato ocorrem mas não são a regra!); intenção de reserva de mercado da OAB; e por aí vai.
 
Não são poucos os exemplos que já vi de pessoas tidas como despreparadas que foram se lapidando prova após prova, reprovação após reprovação, e que hoje possuem a sua carteira da OAB, exercendo a advocacia com dignidade e o devido zelo que a profissão exige. Por outro lado, já conheci muitos candidatos teoricamente muito bem preparados que reprovaram e foram acometidos por sentimentos que lhes levaram ao inconformismo, desistência da obtenção da carteira da OAB e certo descaso permanente com o certame. E o que justifica esses comportamentos é exatamente a postura que o candidato assume frente ao resultado da prova.
 
Evidentemente que não basta ser humilde para ser aprovado, todavia a postura de aprendiz diante de cada insucesso circunstancial pode ser o divisor de águas entre um retorno glorioso ou a repetição dos mesmos erros. Via de regra, se você faz as mesmas coisas tende a obter os mesmos resultados.
 

A humildade não te faz melhor do que ninguém, mas te fará diferente de muitos.

Uma postura positiva sobre o Exame de Ordem

O Exame de Ordem sofre muitos ataques na atualidade, acusações de reserva de mercado, caráter arrecadatório, dentre tantas outras. No entanto, hoje há mais consenso sobre a necessidade da prova e o seu importante papel na manutenção da qualidade do profissional da advocacia no Brasil. Dessa forma, discordar sobre um ou outro ponto sobre a forma de condução do Exame de Ordem é normal, mas radicalizar e ir contra o certame não costuma levar o candidato a caminhos muito ensolarados.
 
Por essas e outras razões é que não recomendo que estudantes que se preparam para a prova acompanhem “polêmicas” envolvendo o Exame de Ordem nem mídias que se valham dessa exploração para alimentar a sua audiência. Ou, no mínimo, que não se prendam a estas discussões.
 
E acredite, uma postura positiva com relação a prova e humildade para reconhecer os seus erros pode ser a diferença entre o festejo da aprovação ou o limbo da reprovação.
 
Bons estudos.
 
 

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